06 February 2018

E a vida aos quarenta e picos (espinhosos)

A vida aos quarenta e picos não são os novos trinta como muitos lunáticos descrevem. A vida aos quarenta e picos traz dissabores,  os sonhos dos vinte que se perderam, os objectivos dos 30 que se dissiparam, a angustia de envelhecer cresce e consome-nos. A pressa leva-nos a lugares inatingíveis, a Auto perseveração tolda-nos o bom senso, o medo de perda dos que nos trouxeram à vida transforma-se numa realidade que não podemos controlar. A angustia do que não podemos resolver com a força dos 30 dá lugar à frustração. É nessa altura em que avaliamos e tomamos decisões precipitadas, onde constatamos que os pratos da balança se desequilibraram, sem nunca, nos tivéssemos apercebido que já estavam desequilibrados, porque até aos trinta,  assumimos a ingenuidade de  ter tempo, que tudo se resolve, apesar no  que possa vir. E o tempo passa, chegam os quarenta, altura em que já não nos revemos no que fomos, num mundo que evoluiu, e tentamos acompanhar, vemos miúdas(os) saírem da universidade com uma licenciatura de 3 anos, imaturos e que nos roubam oportunidades. Em que mundo vivemos?
Resposta: no mundo dos adultos, afinal, nós nos quarenta, a nossa geração foi ensinada por um mundo de adultos diferentes, onde a esferográfica  funcionava numa folha de papel, e num tempo em que os empregos eram para a vida toda, reforma incluída.
Hoje, nós os quarentões, sabemos que temos que nos adaptar, arriscar, mudar de vida e de cidade, correr atras de oportunidades, sejam onde for.
Os mais ingénuos, categoria na qual me incluo, esperam por um milagre, o do Euro-milhões, mas até para isso é preciso jogar.

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