08 February 2018

Eu preciso de um mecânico e o meu carro precisa de um check-up

Hoje tirei o dia para tratar de assuntos que já padeciam de algum atraso. Procrastinação!
Finalmente, arranjei coragem para enfrentar o dissabor de quanto custaria saber o que é andar de carro, sem ter que me disfarçar de óculos de sol e boné do Benfica (só para o meu pai ficar orgulhoso). Ainda estive para colar uns autocolantes nas mazelas do coitado, mas não encontrei nenhum com a mensagem, perigo, mantenha a distancia de segurança, mulher distraída ao volante. O ultimo ano foi marcado por uma serie de incidentes, dos quais resultaram, danos no carro e na minha conta bancaria.
O problema sempre foi a marcha-atrás, a falta de sensores no sitio certo e o meu azar, de todas as vezes havia sempre um objecto/carro onde não deveriam estar. A minha companhia de seguros vai enviar-me um prémio, mas para eu pagar.
Posto isto, la me aventurei na procura de um mecânico. Errado! o carro não precisa de um mecânico, precisa de um exorcismo, de um bate-chapas, de um pintor, de um electricista e de um habilidoso que me vai desmontar uma parte do carro debaixo do capot, que treme como uma peça com Parkinson. E fazer isto tudo no mesmo sitio? na oficina da marca? nem pensar! o orçamento que me deram merecia a reparação,uns dias num spa, para me recompor, um jantar com um jeitoso asseado como o da fotografia,
Entre amanha e segunda-feira, saberei em quanto fica o tombo.
E se virem um carro preto na estrada, com um farolim feito num puzzle, façam atenção, cumpram com a distancia de segurança e mais alguma.
Fiquem bem.



06 February 2018

E a vida aos quarenta e picos (espinhosos)

A vida aos quarenta e picos não são os novos trinta como muitos lunáticos descrevem. A vida aos quarenta e picos traz dissabores,  os sonhos dos vinte que se perderam, os objectivos dos 30 que se dissiparam, a angustia de envelhecer cresce e consome-nos. A pressa leva-nos a lugares inatingíveis, a Auto perseveração tolda-nos o bom senso, o medo de perda dos que nos trouxeram à vida transforma-se numa realidade que não podemos controlar. A angustia do que não podemos resolver com a força dos 30 dá lugar à frustração. É nessa altura em que avaliamos e tomamos decisões precipitadas, onde constatamos que os pratos da balança se desequilibraram, sem nunca, nos tivéssemos apercebido que já estavam desequilibrados, porque até aos trinta,  assumimos a ingenuidade de  ter tempo, que tudo se resolve, apesar no  que possa vir. E o tempo passa, chegam os quarenta, altura em que já não nos revemos no que fomos, num mundo que evoluiu, e tentamos acompanhar, vemos miúdas(os) saírem da universidade com uma licenciatura de 3 anos, imaturos e que nos roubam oportunidades. Em que mundo vivemos?
Resposta: no mundo dos adultos, afinal, nós nos quarenta, a nossa geração foi ensinada por um mundo de adultos diferentes, onde a esferográfica  funcionava numa folha de papel, e num tempo em que os empregos eram para a vida toda, reforma incluída.
Hoje, nós os quarentões, sabemos que temos que nos adaptar, arriscar, mudar de vida e de cidade, correr atras de oportunidades, sejam onde for.
Os mais ingénuos, categoria na qual me incluo, esperam por um milagre, o do Euro-milhões, mas até para isso é preciso jogar.

Mercado da Saudade reabre as suas portas

Agora numa versão vá para fora cá dentro.
fazendo uma retrospetiva, sou uma nómada, vivo com a casa às costas, as caixas de mudanças e os plásticos de bolhas continuam guardados no espaço de arrumos, sempre que são chamados a colaborar, lá estão disponíveis. Já não sou emigrante, mas continuo com a sensação que não pertenço a lugar nenhum.
hoje estou aqui, amanha estarei onde a vida me levar.
9 anos se passaram, e a vida mudou, tanto que, dava um filme, nenhum êxito de bilheteira, mas um filme com que muitos de vocês ficariam boquiabertos.
O meu filho já fala português fluente, já sabe ler, fazer contas e vai bem na tabuada. É um miúdo espetacular, com a excpeção das horas de refeição, altura em que nos leva ao esplendor da loucura, mas em mau. e é assim , que reabro as portas deste bolg, onde a vida mundana se torna num relato virtual, onde as coisas simples e sem muito significado voltam a ser relatadas, sem muito interesse ou talvez agum, para quem gostar de monotonia, de algum azedume e sarcasmo quanto baste.